A história do futebol americanense

4/26/2014 2 Comments

Hoje, o torcedor de futebol do Rio Branco, sobretudo o que me acompanha aqui no site é em sua maioria jovem. Isso é ótimo, mostra renovação e mostra, principalmente, que o amor pelo Tigre da Paulista, o grande Campeão do Centenário, no início do século passado, jamais vai morrer, como alguns tolos insistem em dizer.

Mas eu temo que a essência do nosso futebol, que não se resume ao Rio Branco, caia no esquecimento. Por isso o projeto “Rio Branco rumo ao 100”, para que eu possa (pelo menos tente) contar a história do riquíssimo futebol de Americana.

Lógico que o Tigre é o maior embaixador que Americana já teve no Brasil e no mundo. Mais do que a Indústria Têxtil, a Festa do Peão, o Basquete Feminino, o Flávio Saretta, Carioba, seus conhecidos políticos, suas praias, etc, etc...

Entretanto, jamais existiria Rio Branco sem Vasquinho ou sem AEC. Ah! Você que está lendo nem sabe do que eu estou falando, né? Ou já ouviu falar “por cima”? Não tem problema, a memória de Americana é meio perdida mesmo, a do nosso esporte então, nem se fale.

Neste especial, eu trago um resumo de todos os times que chegaram ao profissionalismo em nossa cidade. Chegaram a disputar 3ª ou 4ª divisão. Muitos anos disputaram derbis na cidade e exportaram muitos craques para grandes times.

Foram seis agremiações, sendo que apenas dois sobrevivem até hoje. Nomes, datas de fundação, campeonatos que disputou e muito mais vocês lêem agora nesse presente do blog para vocês.

Uma dica: imprimam isso e levem para que seus pais e avôs leiam e viagem no tempo. Um tempo bom e que não volta mais...

Carioba

No ano de 1968, Americana vê seu bairro mais tradicional ter uma equipe de futebol disputando um campeonato profissional, era o Carioba entrando em cena para ficar dois anos ativo profissionalmente. O time não teve moleza e enfrentou, de cara, dois times barbarenses, além do conterrâneo Flamengo.

Segundo clube mais antigo da cidade, o Clube Recreativo e Sportivo Carioba, fundado em 9 de julho de 1914, disputaria duas vezes a Quarta Divisão (a chamada “Terceirona”, por que havia a Divisão Especial). Seu uniforme principal trazia calções vermelhos, camisas brancas com listras na horizontal em vermelho e preto (idêntica a do São Paulo F. C.). O Carioba se encontra extinto.

De 1970 a 1976, a 3ª divisão de profissionais foi paralisada e o simpático time do bairro de Carioba parou seu futebol profissional. Um dos destaques daquela equipe era o ex-vereador e presidente da Câmara de Nova Odessa, Áureo Nascimento Leite, lateral esquerdo.


Sete de Setembro

No profissionalismo, em 1979, apareceria mais um novo time de futebol na cidade de Americana, o Sete de Setembro, que Disputaria a recém promovida Quarta Divisão. O simpático clube disputaria três vezes essa divisão e três vezes a Terceira Divisão, paralisando seu futebol em 1982.

O Sete de Setembro Futebol Clube foi fundado, lógico, em 7 de setembro de 1959. Mandava seus jogos no estádio “Victorio Scuro” e tinha uniforme principal todo branco com listras horizontais nas camisas (similares a dos São Paulo F. C.) nas cores verde e vermelho. O próprio distintivo do “Sete” lembrava muito o do Tricolor Paulista.

Flamengo

Fundado em 1958, no dia 5 de janeiro, o “Cacique do Machadinho” usava uniforme idêntico ao famoso “Mengão”: calções negros, camisas vermelhas com listras pretas na horizontal.
O rubronegro, maior clube associativo da cidade na atualidade, deixou saudades em todos os flamenguistas ou não. Além disso, marcou na história dos clássicos – amadores pelo troféu “Amadeu Elias”, ou profissionais pela Terceirona – com o Vasco da Gama.

Aliás, o Flamengo Futebol Clube, que mantêm esse nome até hoje, desistiu de jogar a Terceirona (a 4ª se fosse hoje) por entender que estava onerando muito os cofres do clube. Como qualquer clube brasileiro, o mengo começou a ter dificuldades financeiras e, ao mesmo tempo, a Prefeitura Municipal queria desapropriar o terreno da sede do clube para a construção de um colégio (João XXIII). A área foi desapropriada com a autorização dos irmãos Duarte, donos do mesmo, desde que o Flamengo fosse indenizado. Automaticamente com este dinheiro foi comprada a área que se localiza o clube atualmente.


Vasco da Gama

O Esporte Clube Vasco da Gama disputou Campeonatos Paulistas de Profissionais no período de 1966 a 1975, tendo sido o Campeão Paulista da “Segundona” na temporada de 1968, muito embora sua conquista tivesse sido concretizada já nos meses iniciais de 1969, pois o campeonato, atrasado, atravessou o ano. Também subiu para a principal divisão de acesso, estreando assim na chamada “Primeirona”, abaixo da Divisão Especial.

Escudo do Vasquinho era parecido com o do famoso
 time do Rio: remos e a caravela diferentes

Fundado em 7 de dezembro de 1958, o “Dragão”, como era chamado, mandava seus jogos no Estádio Municipal “Victorio Scuro”, que hoje é utilizado para treinamentos da equipe infantil do Rio Branco. A equipe, que nasceu amadora, teve seu nome dado em homenagem ao Vasco do Rio de Janeiro. O escudo é semelhante, inclusive. Os calções eram brancos e a camisa da cor preta com a tradicional faixa na vertical em branco.

AEC

Em 1976, a vaga do Vasquinho foi herdada por um nova agremiação fundada em Americana, o A.E.C. (Americana Esporte Clube), que disputou a principal divisão de acesso por apenas três temporadas (1976, 1977 e 1978), período em que aconteceu, em 1º de maio de 1977, a inauguração oficial do Estádio “Riobrancão” (mais adiante denominado Estádio Décio Vitta”), com o jogo AEC 1 x 1 Taubaté.

O AEC foi o sucessor do Esporte Clube Vasco da Gama e cumpriu seu papel de ser um time que se identificasse mais com a cidade (até pelo nome). Seu escudo, que se assemelhava com o do sucessor (Rio Branco) era estampado em uma camisa listrada na vertical em branco e azul e os calções eram azuis.

Rio Branco

Fundado em 4 de agosto de 1913, com o nome de Sport Club Arromba, o Tigre passou por Rio Branco Football Club até chegar a sua denominação atual como Rio Branco Esporte Clube. É um dos mais tradicionais clubes de futebol do estado e um dos times interioranos que mais tempo disputou, de maneira ininterrupta, o principal campeonato regional do Brasil, o “Paulistão”.

Está ativo e sempre forte desde 1979, quando a vaga, originariamente do Vasco da Gama e depois do AEC, foi herdada em sua volta ao futebol profissional do Estado de São Paulo. Nesse ano, houve a fusão entre Rio Branco (dono do Riobrancão) e AEC (dono do profissionalismo).

Antes, o Rio Branco Football Club já havia disputado Campeonatos Paulistas de Profissionais, desde a criação, em 1947, da 2ª Divisão da Federação Paulista de Futebol, tendo competido ainda nos anos de 1948, quando começou a vigorar a “Lei de Acesso”, e em 1949. Depois, o Tigre abandonou o profissionalismo, mas continuou jogando nos campeonatos de amadores, isso até 1959, até retornar, em definitivo, em 1979.


Nos tempos antigos, nas primeiras décadas do Século XX, o Rio Branco chegou ao título de Bicampeão Paulista do Interior (em 1922 e 1923). Mais recente, no profissionalismo, o Rio Branco foi Campeão Paulista do Interior, mas disputando a divisão maior do Estado (foi em 1993, competindo entre os grandes clubes), além de ter outros dois títulos de vice-campeão da principal divisão de acesso (em 1990 e 2009).

Finalizando, o alvinegro manda seus jogos no estádio “Décio Vitta”, de sua propriedade mas que está em comodato para a Prefeitura Municipal. Tem capacidade para 15 mil torcedores, mas já teve dois outros campos, um na Rua 12 e o principal deles, na Rua Fernando Camargo, onde hoje é a Sede Social. É mundialmente conhecido como uma fábrica de grandes jogadores.


Espero que tenham gostado. Repito que esse foi apenas um resumo, pois nosso futebol é muito mais rico que muitos pensam!

2 comments:

  1. Saudoso, AEC- onde iamos dentro do onibus com os jogadores para Rio Claro, Batatais, etc.....quanto apanhar lá fora...kkkkkk Fazia parte da bateria tocando caixa.....e em Batatais estavamos ganhando de 3 x 1 onde a torcida que estava enfurecida encurralou nós da bateria e torcida. Ao olhar para trás para fugir estava o cemitério e o jeito era "guentar" o pau.....Nessas alturas ja tava mijando na calça...kkk.. Um gorilão chegou pra mim e disse. Parem de tocar e enfiaram a caixa na minha cabeça....estorando todo nylon da caixa e fiquei com as cordas enroladas no pescoço...kkkk tempo bom.....Uma vez contra o Velo (Rio Claro) tivemos que fugir de trem....kkk....era divertido.....Tempos bons..... "Donizetti Cia" email....donicia962@gmail.com

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