O fim do sonho: Rio Branco sobe para a primeira divisão em 1990
Em 1º de dezembro de 1990 o Rio Branco conseguiu seu maior feito depois
dos áureos tempos da década de 20. Empatando em 0 a 0 com o Olímpia Esporte
Clube, sagrou-se vice-campeão da Segunda Divisão, conquistando o direito de
disputar a primeira divisão do futebol de São Paulo, trazendo para o torcedor
americanense uma de suas maiores alegrias. Foram 40 partidas, sendo 24
vitórias, nove empates e sete derrotas. O mesmo Olímpia foi o campeão e subiu
ao lado do próprio Rio Branco, além de Marília e Grêmio Sãocarlense.
O elenco tinha como time base: Rogério, Jorge Luiz, Claudir, Ailton Luiz
e Gilson; Miel, Pedro Paulo e Pianelli (melhor meia esquerda dos anos 80);
Macedo, Henrique e Adilson. Mas na reserva, grandes nomes figuravam como Bugre,
Bira, Rinaldo, Vaguinho Dias, Marquinhos Sartore, Carlos Pracidelli, Claudi,
dentre outros. O técnico da equipe era o Afrânio Riul, falecido em 1997.
Foto Oficial do vice-campeonato Paulista da Segunda
Divisão (1990).
Como era o time em 1990
O time de 1990, que conquistou o acesso em Olímpia, contava com um
elenco de muitas opções, mas a base da equipe foi o que ficou na memória da
torcida. O goleiro Rogério, ex-Bahia, jogador de pouca conversa, mas que
posicionava bem os zagueiros, foi o titular absoluto.
No meio-de-campo, Miel era um incansável marcador. Estava presente em
todos os espaços do meio-de-campo. Dava cobertura à zaga quando precisava e
destruía jogadas com facilidade. O outro volante era Pedro Paulo, também bom
marcador, porém mais técnico e com toque de bola refinado. Era o jogador do
setor que se transformava em um segundo meia.
O meia Waguinho, que já foi técnico do Tigre, era responsável em avançar
pela direita e armar jogadas, porém sem a bola tinha que compor o meio-de-campo
para marcação. O armador era Pianelli, ex-São Paulo, que tinha facilidade para
fazer lançamentos, avançava com a bola dominada e finalizava bem à média
distância.
No ataque, cinco jogadores são lembrados. Os titulares Bugre e Macedo
foram marcas registradas daquele time. Macedo era o atacante que driblava,
tinha velocidade e finalizava como poucos. Bugre não era muito de conduzir
bola, procurava a tabela ou o passe e concluía bem.
No banco, o grandalhão Silva e os rápidos Adilson e Henrique. Silva não
marcou muitos gols, mas trabalhava muito bem como pivô e fazia a alegria de
Bugre com suas ajeitadas de bola. O canhoto Adilson era uma das armas secretas.
Jogador de muita regularidade, que além de velocidade tinha consciência tática,
ajudava na marcação no meio-de-campo e aparecia com facilidade na área. Por
último, um talismã. Se Silva e Adilson não faziam muitos gols, Henrique deixava
sua marca na base da velocidade e da raça.
Time que fez o jogo do acesso
Série Invicta
Foi em 1990 na campanha vice-campeã paulista que o Tigre chegou à sua
segunda maior série invicta da história (a maior até 2009), com 14 jogos. O
aproveitamento foi fantástico da equipe de Macedinho e equipe. A série começou
com uma vitória sobre o Nacional por 1 a 0, em 25 de março, e terminou na
vitória sobre o Lençoense por 2 a 0, em 22 de julho. Sete dias depois, o time
foi derrotado pelo Paulista por 1 a 0, em Jundiaí. Foram 12 vitórias e apenas
dois empates. Veja a série histórica sem derrotas:
Rio Branco 1 X 0 Nacional
Saad 3 X 5 Rio Branco
Central 0 X 1 Rio Branco
Rio Branco 5 X 1 Capivariano
União 0 X 0 Rio Branco
Rio Branco 1 X 0 Taubaté
Nacional 0 X 0 Rio Branco
Rio Branco 5 X 0 Saad (1.437 torcedores, um público ruim, à época.)
Lençoense 1 X 2 Rio Branco
Rio Branco 2 X 0 Paulista
Lemense 1 X 3 Rio Branco
Rio Branco 2 X 1 Independente
Sãocarlense 0 X 1 Rio Branco
Rio Branco 2 X 0 Lençoense
Públicos gigantes no DV
Naquela sequência, o time fez sete partidas em casa e a média de público
foi de 5.579. Contra o Independente, por exemplo, as bilheterias do “Décio
Vitta” registraram 11.530 torcedores em um jogo válido pelo primeiro turno da
segunda fase. O público total que o DV recebeu naquela série de 1990 foi de
39.055.
Ao lado, uma das formações do acesso em 1990 (Detalhes: o mascote é o
atual prefeito Diego De Nadai e o repórter é Reginaldo Gonçalves, atualmente no
O Liberal).
Quando o Rio Branco conquistou o acesso em 1990, o ex-presidente, Walter
Carlos Bartels era comentarista esportivo e acompanhou os jogos do Tigre. “O
Rio Branco conquistou o acesso num sábado em Olímpia, no empate em 0 a 0. Eu me
lembro disso porque tinha que voltar rápido a Americana. Meu time tinha sido
campeão no minicampo, o Portugal, e eu receberia o troféu de jogador símbolo,
troféu esse que meu filho me entregou”, relembra o presidente.
Ao lado, a histórica charge bancada pelo saudoso diretor Jacó Amádio
depois do acesso: provocação ao jornalista Ju Jensen, então editor-chefe do
Liberal.
Campanha completa
2ª Divisão | 04/03/1990 | Rio Branco | 1 | x | 0 | Central | Americana |
2ª Divisão | 11/03/1990 | Capivariano | 0 | x | 1 | Rio Branco | Capivari |
2ª Divisão | 18/03/1990 | Rio Branco | 3 | x | 0 | União Mogi | Americana |
2ª Divisão | 21/03/1990 | Taubaté | 1 | x | 0 | Rio Branco | Taubaté |
2ª Divisão | 25/03/1990 | Rio Branco | 1 | x | 0 | Nacional | Americana |
2ª Divisão | 01/04/1990 | Saad | 3 | x | 5 | Rio Branco | São Caetano |
2ª Divisão | 08/04/1990 | Central | 0 | x | 1 | Rio Branco | Cotia |
2ª Divisão | 15/04/1990 | Rio Branco | 5 | x | 1 | Capivariano | Americana |
2ª Divisão | 22/04/1990 | União Mogi | 0 | x | 0 | Rio Branco | Mogi das Cruzes |
2ª Divisão | 25/04/1990 | Rio Branco | 1 | x | 0 | Taubaté | Americana |
2ª Divisão | 30/04/1990 | Nacional | 0 | x | 0 | Rio Branco | São Paulo |
2ª Divisão | 06/05/1990 | Rio Branco | 5 | x | 0 | Saad | Americana |
2ª Divisão | 13/05/1990 | Lençoense | 1 | x | 2 | Rio Branco | Lençóis Pta. |
2ª Divisão | 20/05/1990 | Rio Branco | 2 | x | 0 | Paulista | Americana |
2ª Divisão | 27/05/1990 | Lemense | 1 | x | 3 | Rio Branco | Leme |
2ª Divisão | 03/06/1990 | Rio Branco | 2 | x | 1 | Independente | Americana |
2ª Divisão | 14/07/1990 | Sãocarlense | 0 | x | 1 | Rio Branco | São Carlos |
2ª Divisão | 22/07/1990 | Rio Branco | 2 | x | 0 | Lençoense | Americana |
2ª Divisão | 29/07/1990 | Paulista | 1 | X | 0 | Rio Branco | Jundiaí |
2ª Divisão | 05/08/1990 | Rio Branco | 2 | x | 0 | Lemense | Americana |
2ª Divisão | 12/08/1990 | Independente | 1 | x | 1 | Rio Branco | Limeira |
2ª Divisão | 19/08/1990 | Rio Branco | 1 | x | 1 | Sãocarlense | Americana |
2ª Divisão | 02/09/1990 | Francana | 0 | x | 1 | Rio Branco | Franca |
2ª Divisão | 08/09/1990 | Rio Branco | 2 | x | 1 | Marília | Americana |
2ª Divisão | 12/09/1990 | Independente | 1 | x | 1 | Rio Branco | Limeira |
2ª Divisão | 16/09/1990 | Rio Branco | 2 | x | 0 | Rio Preto | Americana |
2ª Divisão | 23/09/1990 | Nacional | 0 | x | 0 | Rio Branco | São Paulo |
2ª Divisão | 26/09/1990 | Rio Branco | 3 | x | 1 | Francana | Americana |
2ª Divisão | 30/09/1990 | Marília | 1 | x | 0 | Rio Branco | Marília |
2ª Divisão | 07/10/1990 | Rio Branco | 1 | x | 0 | Independente | Americana |
2ª Divisão | 10/10/1990 | Rio Preto | 1 | x | 0 | Rio Branco | SJ do Rio Preto |
2ª Divisão | 14/10/1990 | Rio Branco | 1 | x | 2 | Nacional | Americana |
2ª Divisão | 20/10/1990 | Sãocarlense | 0 | x | 0 | Rio Branco | São Carlos |
2ª Divisão | 28/10/1990 | Rio Branco | 0 | x | 1 | Marília | Americana |
2ª Divisão | 31/10/1990 | Rio Preto | 0 | x | 0 | Rio Branco | SJ do Rio Preto |
2ª Divisão | 04/11/1990 | Rio Branco | 2 | X | 1 | Olímpia | Americana |
2ª Divisão | 11/11/1990 | Comercial | 0 | x | 0 | Rio Branco | Ribeirão Preto |
2ª Divisão | 15/11/1990 | Rio Branco | 3 | x | 0 | Sãocarlense | Americana |
2ª Divisão | 18/11/1990 | Marília | 2 | x | 0 | Rio Branco | Marília |
2ª Divisão | 24/11/1990 | Rio Branco | 3 | x | 0 | Rio Preto | Americana |
2ª Divisão | 01/12/1990 | Olímpia | 0 | x | 0 | Rio Branco | Olímpia |
2ª Divisão | 09/12/1990 | Rio Branco | 3 | x | 2 | Comercial | Americana |
Em que ano Paulinho Paraná jogou no Rio Branco? Ele era um centroavante canhoto!!
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