12 de abril: Vasco campeão, maior vitória fora de casa e Tigre vence o Clássico de Ouro

O dia 12 de abril é marcado por vitórias importantes para os dois principais times americanenses, Rio Branco e Vasco da Gama. Porém, é o Dragão da Conserva o maior privilegiado nesta data: além de um título, também conquistou a sua mais expressiva vitória fora de casa. O Acervo - Rio Branco Esporte Clube traz em detalhes o feito alvinegro e os dois feitos cruzmaltinos. 

Em 1969: Vasco 3x3 Oeste - "É campeão" e vaga na final
O Campeonato Paulista da Segunda Divisão - equivalente a atual Série A-3 - se alongou e sofreu grandes alterações no "tapetão". É importante explicar todas as alterações para que fique bem claro toda a fórmula de disputa do certame.

Inicialmente, a "Terceirinha" de 68 tinha 32 equipes participantes divididas em quatro grupos de oito integrantes. O campeão de cada grupo se classificaria ao quadrangular final, no qual apenas o campeão geral subiria de divisão. A equipe vascaína estava no grupo dois ao lado de Rio Branco de Ibitinga, Araras CD, Amália, Amparo, Bauru AC, Pirassununguense e Novo Horizonte. 

Ao final da primeira fase, o Vasco tinha encerrado na segunda colocação com 11 pontos perdidos, apenas atrás do Rio Branco de Ibitinga com 7 p.p. Ao cruzmaltino, era o fim da linha na "Terceirinha". Porém, dias depois, era anunciada a notícia de que a Federação Paulista de Futebol, de repente, tinha mudado as regras do jogo: agora, não mais um, mas quatro clubes seriam classificados por grupo. Tudo isso para favorecer o Santo André, time com força na entidade organizadora do futebol estadual, que havia sido eliminado no grupo um em que o Velo Clube foi o vencedor. 

Junto com o Santo André, o Vasco e outras 10 equipes foram na bagagem. Com a mudança, o Velo Clube, o Rio Claro (em solidariedade ao Velo), o Araras CD (em solidariedade ao Velo) e o São Bento de Marília (por dispensa de jogadores) desistiram da competição. Assim, apenas 12 agremiações participaram da segunda fase. 

Os clubes foram divididos em duas séries: 
Série "Abreu Sodré" - Municipal de Paraguaçu Paulista, Jalesense, Guarani de Adamantina, Botafogo de Catanduva, Garça e Rio Branco de Ibitinga. 
Série "Brigadeiro Faria Lima" - Amália, Santo André, Fernandópolis, DERAC, Vasco de Americana e Oeste de Itápolis.

Ao final das rodadas previstas para a série Brigadeiro Faria Lima, apontou-se a seguinte classificação: 
1º Vasco da Gama - 6 p.p.
1º Oeste de Itápolis - 6 p.p.
3º DERAC - 10 p.p.
3º Santo André - 10 p.p.
5º Amália - 14 p.p.
5º Fernandópolis - 14 p.p.

Na época, não havia critérios de desempate na classificação, então Vasco e Oeste, que fizeram o mesmo número de pontos na liderança da série, fizeram um jogo de desempate no estádio Adhemar de Barros, em Araraquara. O campeão do confronto entre americanenses e itapolitanos se classificava para a final geral da Terceirinha contra o campeão da série "Abeu Sodré". 

O Vasco da Gama tinha a vantagem do empate prolongado, ou seja, se o jogo terminasse empatado nos 90 minutos iria para a prorrogação normalmente, mas se o jogo permanecesse empatado na prorrogação, o Dragão seria o campeão. Isso se deve ao fato do confronto direto entre as equipes: o Vasco venceu por 4 a 0 e depois perdeu por 3 a 1 para o Oeste. No agregado, 5 a 3 para o time americanense. 

E assim aconteceu: o Vasquinho empatou por 3 a 3 com o Oeste e se sagrou campeão da Série Brigadeiro Faria Lima, alcançando a classificação à final da Terceirinha contra o Municipal de Paraguaçu Paulista, o campeão da Abreu Sodré. 

O Liberal | 14 de abril de 1969 - Vasco se garante na final

O Liberal | 14 de abril de 1969 - Matéria que conta com detalhes o empate em 3 a 3


O Liberal | 14 de abril de 1969 - Foto dos campeões e finalistas
Alguns personagens podem ser facilmente identificados: o primeiro de pé é o técnico Lucídio Camargo, seguido do goleiro Zé Aparecido; o quinto em pé da esquerda para direita é o zagueiro Arlindo; do outro lado, o penúltimo em pé é o goleiro Fred Smânia. Agachado e o primeiro a segurar a bola é o atacante Claudio Becate.

FICHA TÉCNICA
Vasco da Gama 3x3 Oeste de Itápolis
Campeonato Paulista da "Segunda Divisão" de 1968
Data: 12/04/1969 - tarde
Local: Adhemar de Barros, em Araraquara
Placar 1º tempo: Vasco 1x0 Oeste
Placar final: Vasco 3x3 Oeste
Árbitro: Carlos Afonso Lopes
Renda: NCr$2.158,00

Vasco da Gama: Zé Aparecido; Zulu (Irineu), Arlindo (Romualdo), Valdecir e Helio; Miltinho, Tuti e Bauer; Claudio Becate, Demerval e Martins. Técnico: Lucídio Camargo.

Oeste de Itápolis: Botia; Tatau, Roque, Lelo e Cícero; Moacir Guaçu e Ferreirinha; Dirceu (Silvio), Marinho, Quincas (Mané) e Germano.

Gols: 
VAS - Claudio Becate 42' 1ºT
OES - Germano 3' 2ºT
OES - Marinho 18' 2ºT
VAS - Martins 29' 2ºT
OES - Ferreirinha 33' 2ºT
VAS - Demerval 44' 2ºT

Em 1970: Vasco passeia em Santo André
O Vasco da Gama rumou a Santo André para enfrentar a equipe local, retribuindo a visita dos andreenses no dia 22 de março. Era só mais um amistoso da história do cruzmaltino e sem muitas pretensões, senão fazer uma boa apresentação.

Entretanto, o amistoso acabou se tornando histórico: o Vasco entrou com sangue nos olhos e conquistou a maior vitória fora de casa de sua história. Detalhe para o técnico do cruzmaltino, Armando Smânia, que é o progenitor de uma família vitoriosa no esporte americanense. Armandinho foi por muitos anos goleiro do Rio Branco e foi o técnico dos primeiros anos do Vasco da Gama. Ele é pai de Fred Smânia, arqueiro do Vasquinho campeão da Terceirinha em 1969, além de preparador por muitos anos do Tigre e o treinador da primeira vitória do alvinegro americanense na elite estadual, em 1991. 

FICHA TÉCNICA
Santo André 0x6 Vasco da Gama
Amistoso
Data: 12/04/1970 - tarde
Local: Bruno José Daniel, em Santo André
Placar 1º tempo: Santo André 0x5 Vasco da Gama
Placar final: Santo André 0x6 Vasco da Gama

Vasco da Gama: Nenê "Manga Rosa" (Tanabi); Silvinho, Clésio (Romualdo), Melo e Urubatão; Dirceu (Nenê II), Tuti e Careca; Djair, Mazinho e Lair (Dirceu Paraguaçu). Técnico: Armando Smânia. 

Gols: 
VAS - Djair
VAS - Djair
VAS - Careca
VAS - Mazinho
VAS - Tuti
VAS - Gol contra

Em 2014: Nos 100 anos do Clássico de Ouro, deu Tigre
"Clássico de Ouro" é o nome dado para o confronto entre Rio Branco e Guarani, rivais desde as primeiras décadas do século XX. O primeiro jogo entre as tradicionais agremiações aconteceu em 1 de fevereiro de 1914, com vitória do Bugre sobre o então Arromba, por 8 a 1. 

Este clássico possui muita história. Guarani e Rio Branco, até o fim da década de 20, eram arquirrivais, inclusive brigando por títulos do Campeonato do Interior. Contudo, o Tigre entrou em crise e o Bugre continuou a sua gloriosa trajetória, fazendo com que a rivalidade esfriasse e o maior rival do alvinegro americanense se tornasse o Carioba, contra o qual sempre disputava os títulos amadores de Americana. Com a morte da "Vermelhinha" na década de 70, o maior rival do Rio Branco passou a ser o União Barbarense. Enquanto isso, o Guarani já tinha como maior rival, a partir do início da década de 30, a Ponte Preta, especialmente com as disputas do Campeonato Campineiro. 

Em 2014, o Clássico de Ouro completou 100 anos e as equipes se enfrentaram pela última rodada do Campeonato Paulista da Série A-2. No centenário da rivalidade, deu Tigre: 3 a 2, em Paulínia. 

FICHA TÉCNICA
Guarani 2x3 Rio Branco
Campeonato Paulista da Série A-2
Data: 12/04/2014 - manhã
Local: Luis Perissinoto, em Paulínia
Placar 1º tempo: Guarani 0x1 Rio Branco
Placar final: Guarani 2x3 Rio Branco
Árbitro: Leonardo Ferreira Lima
Auxiliares: Gustavo Rodrigues de Oliveira e Luiz Quirino da Costa
Público: 386 pagantes
Renda: R$2.720,00

Rio Branco: Cristiano; Luiz Felipe, Toninho, Danilo Costa e Jô; Fábio Baiano, Gerson (Índio), Jaílton e Rafinha; Rafael Martins (Rossini) e Lukian (Renatinho). Técnico: Júlio César.

Guarani: Diego; Afonso (Marcinho), Anderson, Jorge Luiz e Léo Rigo; Wellyson, João Víttor, Lorran e Everton; Neto (Victor Bandeira) e Giba (Victor Romanini). Técnico: Carlinhos Rodrigues (interino).

Gols: 
RBO - Jaílson 12' 1ºT
GUA - Neto 7' 2ºT
RBO - Rossini 27' 2ºT
GUA - Léo Rigo 29' 2ºT
RBO - Rafinha 31' 2ºT

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