2016: dentro de campo, um ano para se esquecer

12/30/2016 0 Comments

O ano de 2016 se pudesse seria apagado dos 103 anos de história do Rio Branco, mas como isso não é possível, que a nossa memória seja seletiva e esqueça. Foram apenas 19 jogos: três vitórias, seis empates e 10 derrotas. Além disso, o Tigre foi rebaixado para a Série A-3 de 2017, acumulando, assim, o 4º descenso de sua história: 2007 (Série A-1), 2010 (Série A-1), 2011 (Série A-2) e 2016 (Série A-2). 

Andrezão, que culpa nenhuma teve pelo rebaixamento, se emociona
Foto: João Carlos Nascimento | O Liberal
Este também foi o ano com menos jogos no profissionalismo, ao lado de 2007 (19 jogos pelo Paulistão) e de 2011 (18 jogos pela Série A-2 e um amistoso oficial). 

Outro recorde negativo que começou na gestão de 2015, da Zaka Sports, e se prolongou durante toda a atual administração é de o maior jejum de vitórias fora de casa do profissionalismo do Rio Branco (22 jogos). 

Também, foi o pior início de temporada da história do futebol profissional alvinegro: cinco derrotas e um empate. A estreia contra o Santo André bateu recordes negativos e só não foi a pior da história em Campeonato Paulista porque em 2011 o Tigre perdeu por 5 a 0 para o São José. 

Marcelo José Bordon, técnico na Série A-2, chegou com muita pompa, mas fez um trabalho pífio e deixou a história do Tigre como o 4º pior técnico em aproveitamento (mínimo de 3 jogos). Além disso, muitas brigas, confusões, públicos ruins e abandono total por parte dos empresários da cidade.

Foto: Sanderson Barbarini | Foco no Esporte
E de positivo? Bem complicado, mas vamos a dois dados positivos do ano alvinegro. No Clássico de Ouro, o Tigre conseguiu heroicamente manter o tabu em pleno Brinco de Ouro. Agora, são três jogos sem vitórias do Guarani sobre o Rio Branco e cinco anos que vão se estender. 

Foto: Sanderson Barbarini | Foco no Esporte
E, por fim, a primeira vitória sobre a Portuguesa no Canindé em toda a história. Aliás, foi neste jogo em que o Tigre derrubou o longo jejum de vitórias fora de casa. Um triunfo que acabou sendo histórico, mesmo com o rebaixamento. 

Foto: Dorival Rosa | Portuguesa
ANO BOM PARA AS BASES 
Se o profissional fez patético papel, as bases do Rio Branco tiveram um ano positivo. Foram dois vices-campeonatos da Copa Ouro: do Sub-11 (0x1 Palmeiras) e do Sub-17 (0x1 São Paulo). Além disso, essas duas mesmas categorias foram muito bem no Campeonato Paulista. 


O Sub-17 chegou à terceira fase no primeiro ano de trabalho do gerente Sandro Hiroshi. O Sub-15 demonstrou evolução em relação aos anos anteriores, enquanto o Sub-20 fez ruim campanha e o Sub-13 decepcionou diante das expectativas. 

Quem roubou a cena nas bases foi Júlio Vitor, de 15 anos, e que jogou no Sub-17 do alvinegro americanense. O atacante e artilheiro com 17 gols foi convocado para a Seleção Brasileira Sub-16, comandada por Guilherme Dalla Déa. O Tigre não tinha um atleta convocado para a Seleção de base desde o lateral-direito Gustavo, em 2000. 

Foto: Dener Chimeli | O Liberal
Com isso, o alvinegro foi um dos poucos times pequenos a ter algum atleta convocado para a seleção de base no ano de 2016. 



Anteontem, Júlio Vitor foi vendido para a Ponte Preta com o rótulo de "novo Neymar" - dito pelo presidente da equipe campineira, Vanderlei Pereira. Especula-se que a transação rendeu R$250 mil + 30% dos direitos econômicos do atleta para o Rio Branco. 

NA HISTÓRIA, O ORGULHO 
Foi um ano muito bom para o Rio Branco no quesito "preservação histórica". Mesmo com as taças ainda jogadas às traças no Décio Vitta, alguns trabalhos puderam orgulhar o torcedor alvinegro. 

O primeiro, claro, é o documentário Tigre De Americana - Uma Paixão Centenária que emocionou a todos os adeptos e simpatizantes do Rio Branco. Talvez, um dos maiores e melhores trabalhos de cenografia histórica do interior paulista. 

Aritana, talvez o maior ídolo da história do Tigre, assina camisa | Foto: Juarez Godoy
Com a participação de vários personagens ímpares da história do alvinegro americanense, o consultor e historiador Claudio Gioria e sua equipe trouxeram todos os gols da campanha de 1990, imagens do último jogo do AEC e declarações históricas.

À esq. o craque Macedo e à dir. o historiador Claudio Gioria nos bastidores da gravação
Foto: Juarez Godoy
2016 também foi um ano de evolução de reportagens e dados históricos nos periódicos. O TODODIA, com o seu editor-chefe Claudio Gioria e com o lendário repórter Luiz Peninha, continuou a fazer matérias que relembram momentos históricos do alvinegro americanense. 

E o O Liberal, que tinha perdido um pouco dessa nostalgia, não ficou atrás neste ano. Com o apoio do Acervo - Rio Branco Esporte Clube, por meio do dono e historiador Gabriel Pitor, o mais velho jornal da cidade trouxe muitas matérias históricas com autoria do repórter Renato Piovesan e do editor de esportes Bruno Moreira. 



A Rádio Brasil AM690, também com apoio do historiador Gabriel Pitor, ganhou mais dados históricos. Nas transmissões do Tigre, o narrador Ricardo Camargo trouxe o "Abrindo o Baú" que foi um resgate a jogos antigos do alvinegro americanense com ficha técnica e detalhes da partida. Também, no noticiário do Rio Branco do programa Planeta Bola - reproduzido diariamente das 18h às 19h - há o retrospecto histórico do Campeão do Centenário e seus pares na data, revelando, assim, grande parte dos jogos do futebol americanense. 

Ano positivo, também, para o Acervo de Jogos e Acervo Histórico do Rio Branco. Ao todo, já são quase 40 mil visitas, tanto para a consulta de jogos, quanto para leitura das matérias aqui publicadas. 

NAS PESQUISAS, AVANÇOS E DIFICULDADES
A história do Rio Branco ganhou grandes avanços nas pesquisas. Segundo o historiador Claudio Gioria, que está prestes a publicar um almanaque contando toda a história do Tigre, está quase completada a seção que terá a mini-biografia de todos os jogadores que em algum momento vestiram a camisa preta e branca. 

Vasquinho da Gama e Americana Esporte Clube também estão no ápice da preservação de suas histórias. Em 2016, o historiador Gabriel Pitor levantou mais de 600 jogos da dupla, sendo 60% com as suas fichas técnicas. Além disso, o trabalho de reconstrução está bem próxima de encontrar a verdadeira data de fundação do cruzmaltino americanense. 

Foi descoberto o verdadeiro escudo do Americana EC, publicado pelo acervo na semana passada. Uma novidade que veio para desmanchar equívocos históricos. 






O livro do Esporte Clube Vasco da Gama foi iniciado, porém ainda demorará para ser publicado. Nele, alguns personagens da história do Dragão serão entrevistados e colocados em cena. O torcedor poderá também recordar e conhecer o jogador com mais jogos, o maior artilheiro e outras dezenas de estatísticas da história do Vasco. 

Mas por que ainda falta muito para acabar o livro? Pelas dificuldades de pesquisa. Em outubro deste ano, o historiador Gabriel Pitor trouxe uma denúncia em seu Facebook pessoal mostrando a péssima situação dos periódicos antigos da cidade de Americana, inclusive abandonados pela gestão pública e cuidados apenas por um simpático senhor do acervo do município, Sr. Olavo. 






No mês passado, Pitor entrou em contato com o vice-prefeito de Americana, Roger Willians, fazendo uma proposta de restauração e microfilmagem dos jornais, com contra-partida financeira a ser decidida pela prefeitura da cidade e com os periódicos sendo obrigatoriamente doados para o historiador. 

Na proposta, Gabriel se comprometeu em um prazo de dois anos e meio a colocar um site no ar com todos os jornais escaneados para consulta pública aberta. Contudo, o historiador não teve resposta do vice-prefeito. 

A VOLTA DO VASCO DA GAMA
Em 6 de julho, o novo presidente do Vasquinho, Anderson Cantarelli, anunciou a volta do cruzmaltino às atividades, encerradas em 1979 com o nome de Americana Esporte Clube. O retorno, momentaneamente, não se deu no futebol, mas sim, no basquete. 

Isso balançou o cenário esportivo da cidade, inclusive com os dois jornais de Americana fazendo matérias destacando o eterno clube da Vila Rasmussen ou, também, da Conserva. 



O Acervo - Rio Branco Esporte Clube torce para que o Vasco também possa voltar no futebol - mesmo que seja apenas nos campeonatos da LAF. 

2017: ESPERANÇA 
O Rio Branco está com uma nova gestão em seu futebol: Sandro Hiroshi, lendário atacante do Tigre da Paulista; e Luiz Eduardo Salau, o Dado, apaixonado riobranquense e dono das lojas "Mega Tintas" serão os homens-fortes do futebol alvinegro. 

À esq. o presidente do Tigre Valdir Ribeiro e à dir. o empresário Dado Salau
Para o comando técnico, João Batista foi contratado. O treinador já tinha passado pelo RB, em 2014, quando fez a melhor campanha da história do time na Copa Paulista, sendo nove vitórias, quatro empates e nova derrota. João conhece o Rio Branco e sabe do peso de sua história, inclusive faz questão de salientar isso em suas palavras. 

Oficialmente, 19 jogadores foram contratados e estão treinando desde a segunda semana de novembro. A expectativa é grande diante de um trabalho que vem sendo profissional e bastante transparente.

Aliás, a boa fase recolocou o Rio Branco na grande mídia, inclusive com o preparador físico, Raul Záccaro, sendo destaque no programa Bate-Bola da ESPN Brasil: 



Outro fato a se chamar atenção é o crescimento da imprensa fotográfica do Rio Branco por meio do Foco no Esporte, comandado e todo feito por Sanderson Barbarini. Suas fotos têm ganhado projeção nacional e ilustrado todos os periódicos da cidade. Nunca o Tigre teve tantos registros fotográficos em sua história. 

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